Os fatores de risco das lesões musculares no futebol

14 de junho de 2018 | Por

Os fatores de risco no futebol têm sido tradicionalmente divididos em intrínsecos (relacionados ao jogador) e extrínsecos (relacionados ao meio ambiente). Tais fatores de risco, podem também ser categorizados como não modificáveis (inalteráveis) e potencialmente modificáveis (alteráveis), sendo que estes últimos representam fatores mais relevantes do ponto de vista da prevenção.

Fatores de Risco Intrínsecos

* Não modificáveis: idade, sexo, lesão prévia, membro dominante
* Modificáveis: força, flexibilidade, nível de condicionamento físico, fatores psicológicos

Fatores de Risco Extrínsecos

* Não modificáveis: como nível de jogo, posição de jogo, momento da temporada, condições climáticas
* Modificáveis: carga de treinamento, regras e regulamentos, tempo de jogo, superfície de jogo

SEXO
Estudos sobre jogadores de elite evidenciam um taxa significativamente maior de lesões musculares em homens em comparação com mulheres, mas nenhuma diferença relacionada ao sexo especificamente para lesões nos músculos isquiotibiais. Estudos sobre jogadores universitários relatam uma menor taxa de lesões nos músculos isquiotibiais em jogadores do sexo feminino em comparação com seus pares masculinos. Num desses estudos, jogadores do sexo masculino também tiveram uma taxa de recidiva menor do que jogadoras do sexo feminino. Finalmente uma recente revisão sistemática identificou que os jogadores masculinos tiveram uma taxa de lesão na virilha duas vezes maior do que a encontrada nas jogadoras do sexo feminino, embora essa comparação não tenha sido feita exclusivamente para lesões musculares. Entretanto, isso está de acordo com dados recentes mostrando que ambos os músculos flexores do quadril e as taxas de lesões na musculatura adutora foram significativamente mais altas em jogadores do sexo masculino no nível universitário.
Em resumo, a literatura sobre sexo como um fator de risco para lesão muscular no futebol ainda é um pouco inconclusiva, mas parece que os jogadores masculinos têm taxas de lesões musculares nas panturrilhas e nos músculos isquiotibiais semelhantes ou maiores em comparação com as jogadoras do sexo feminino.

IDADE
A idade é um fator de risco frequentemente estudado associada a lesão de forma isolada, mas também é importante ser analisada com outros fatores de risco potenciais devido ao aparente risco de uma interpretação errônea. A taxa de lesão muscular da panturrilha é aproximadamente duas vezes maior em jogadores profissionais do sexo masculino nas idades médias superiores a 26 anos, embora não tenha sido observado tal efeito de idade com as lesões dos músculos adutores, isquiotibiais e quadríceps. Achados semelhantes foram encontrados em jogadores de elite do sexo masculino com idades superiores a 23 anos, onde observou-se um percentual significativamente maior de lesões musculares da panturrilha, mas novamente sem associação com lesões adutoras, isquiotibiais e quadríceps. Da mesma forma, outro estudo revelou que o aumento da idade não foi associado a maiores probabilidades de desencadear lesão nos músculos isquiotibiais no sexo masculino.
A literatura também é um tanto inconclusiva, mas aparentemente o aumento da idade está associado a taxas de lesões musculares semelhantes ou mais altas em jogadores do sexo masculino.
Além da literatura sobre jogadores seniores, dados recentes do FC Barcelona indicam que os jogadores amadores têm uma frequência aumentada de lesões do reto femoral em comparação com jogadores profissionais, enquanto o contrário é observado para lesões nos músculos isquiotibiais. No entanto, nenhum efeito da idade foi visto para lesões musculares na virilha naquele estudo.

LESÕES PREGRESSAS
A lesão pregressa é um dos fatores de risco mais consistentes e cientificamente validados para a lesão muscular. Num grande estudo sobre jogadores profissionais do sexo masculino, a lesão pregressa foi um fator de risco significativo (1,4 a 3,1 vezes maior) para todos os quatro grandes grupos musculares. Curiosamente, uma lesão pregressa do músculo adutor e da panturrilha também aumentou a taxa de lesão do quadríceps, e uma lesão pregressa de adutor e isquiotibial aumentou a taxa de lesão muscular da panturrilha naquele estudo. Além disso, jogadores de elite do sexo masculino com lesões na virilha e isquiotibiais pregressas tiveram chances sete a doze vezes maiores de sofrer nova lesão na virilha.
Outro estudo apontou que a lesão prévia dos isquiotibiais estava associada a uma taxa significativamente maior de lesão muscular isquiotibial em jogadores de elite do sexo masculino e em jogadores amadores do sexo masculino. Outro estudo coorte revelou que a lesão aguda na virilha teve mais do que o dobro de risco de uma nova lesão na virilha.
Há, no entanto, alguns estudos que não mostram associação com lesão muscular prévia. Um estudo sobre jogadores profissionais do sexo masculino mostrou, de fato, um aumento significativo na taxa de lesão isquiotibial sem lesão prévia, e dois estudos em jogadoras femininas não mostraram associação entre lesão prévia e futura lesão muscular.
Em resumo, a maioria dos estudos aponta que a lesão prévia é um fator de risco para futuras lesões musculares, mesmo que haja algumas exceções.

MEMBRO DOMINANTE
No futebol o membro dominante é geralmente definido como a perna de chute preferida. Curiosamente, tanto as taxas de lesão dos músculos adutores quanto do quadríceps são maiores na perna de chute, o que provavelmente se deve ao aumento das ações que expõem os jogadores ao alto risco (tiro, passes, cruzamentos, bloqueios, etc). Por outro lado, a dominância das pernas não foi identificada como fator de risco para lesões musculares isquiotibiais e lesões na panturrilha, provavelmente devido a outros mecanismos de lesão envolvidos.

NÍVEL DE JOGO
A influência do nível de jogo no risco de lesão muscular é atualmente pouco estudada, mas tem sido demonstrado para lesões isquiotibiais que a taxa de lesão é maior e a taxa de recorrência é mais baixa no nível profissional. O mesmo padrão com maior taxa de lesão e menores taxas de recidivas no nível profissional em comparação com o nível amador são observadas para lesões em geral, e há, portanto, boas razões para supor que isso seria semelhante também para outras lesões de outros músculos que não os isquiotibiais.

POSIÇÃO DE JOGO
Os goleiros têm um risco de lesão mais baixo em geral quando comparados com os jogadores de linha e este parece ser o caso também das lesões dos músculos adutores, isquiotibiais, quadríceps e da panturrilha em jogadores de futebol do sexo masculino. Num desses estudos, também foi demonstrado que os atacantes tiveram a maior taxa de lesão dos músculos isquiotibiais em todas as posições de jogadores. Finalmente, os goleiros também tiveram menos lesões musculares num estudo com jogadores masculinos amadores com idades entre 8 e 16 anos, onde a maior taxa de lesões na coxa foi vista entre os meio-campistas

JOGO
É bem conhecido que a taxa de lesões em geral é várias vezes maior durante a partida de futebol do que durante o treinamento, independentemente da configuração e nível de jogo. As taxas de lesão muscular também são maiores, e com aproximadamente a mesma magnitude, durante uma partida de futebol. As taxas de lesão dos músculos adutores, isquiotibiais, quadríceps e da musculatura de panturrilha são 4 a 9 vezes maiores durante uma partida de futebol em jogadores profissionais do sexo masculino. Uma taxa maior de lesões também foi demonstrada em outros estudos com jogadores profissionais do sexo masculino para as lesões musculares da virilha, músculos isquiotibiais, músculo quadríceps, bem como em estudos com jogadores masculinos e femininos no nível universitário.

FLEXIBILIDADE
A flexibilidade baixa, às vezes também descrita como “rigidez muscular” ou “redução do comprimento muscular”, há muito é sugerida como um fator de risco para a lesão muscular, mas um dos primeiros estudos no campo mostrou que não houve diferença na amplitude de movimento entre jogadores amadores do sexo masculino com as taxas de lesão isquiotibiais. Num estudo subsequente sobre jogadores masculinos de elite, não houve diferença na flexibilidade entre jogadores com e sem lesões musculares, mas jogadores com lesões prévias do músculo quadríceps apresentaram flexibilidade significativamente menor do músculo reto femoral do que aqueles sem lesões. No futebol profissional, um estudo mostrou que jogadores do sexo masculino com lesões nos músculos isquiotibiais e quadríceps tiveram menor flexibilidade nesses músculos do que os não lesionados, enquanto nenhuma diferença foi observada para lesões musculares adutoras e dos gastrocnêmios. Da mesma forma, jogadores profissionais masculinos com lesões dos músculos flexores de quadril e joelho apresentaram menor arco de movimento nestes grupos musculares comparados com jogadores não lesionados. Há também evidências indiretas da menor flexibilidade como fator de risco num estudo em que jogadores profissionais do sexo masculino com lesões dos músculos isquiotibiais apresentavam flexibilidade baixa da cabeça longa do bíceps femoral quando comparados aos não lesionados. Além disso, dois estudos sobre jogadores profissionais masculinos encontraram que a diminuição da amplitude de movimento no quadril foi significativamente associada à lesão muscular, onde a flexão do quadril reduzida aumentou as chances de sofrer lesão muscular isquiotibial e a rotação total do quadril (interna e externa) foi menor nos jogadores que sofreram lesões de músculos adutores em comparação com os não lesionados. Por fim, a diminuição da abdução do quadril foi um fator de risco para uma nova lesão muscular na virilha. em jogadores de elite do sexo masculino.
Em resumo, há algumas evidências conflitantes sobre a baixa flexibilidade como um fator de risco para as lesões musculares no futebol e estudos mais bem planejados parecem ser necessários.

NÍVEL DE CONDICIONAMENTO FÍSICO
Há evidências de que o condicionamento aeróbico intermitente deficiente está associado a um aumento das chances de sofrer lesões nos membros inferiores, especialmente lesões musculares em jogadores profissionais do sexo masculino. Especificamente, jogadores com menor nível de condicionamento físico apresentam um risco cinco vezes maior de sofrer uma lesão nos membros inferiores em comparação com os jogadores em um nível de condicionamento físico mais alto num desses estudos.
Estudos futuros neste campo e em outras variáveis de condicionamento físico são, no entanto, necessários.

FATORES PSICOLÓGICOS
A literatura neste campo ainda é escassa em comparação com estudos sobre fatores psicológicos. Um recente estudo transversal de jogadores profissionais masculinos, no entanto, mostrou que jogadores que sofreram pelo menos três lesões musculares severas (> 28 dias de folga) durante sua carreira tiveram 2,6 vezes mais chances de relatar desconforto do que jogadores sem lesões musculares graves prévias.

CARGA DE TRABALHO E INTERVALO ENTRE JOGOS
A influência da carga de trabalho no risco de lesões esportivas tem recebido muito interesse nos últimos anos, com as altas cargas absoluta e relativa sendo associadas ao aumento do risco de lesões, conforme uma revisão recente do Comitê Olímpico Internacional. Na época da publicação desse artigo, houve apenas alguns estudos sobre carga de trabalho e lesões no futebol, mas, posteriormente, vários estudos sobre jogadores profissionais do sexo masculino foram adicionados; Esses estudos mostram essencialmente os mesmos achados, incluindo principalmente lesões musculares em suas análises.
A influência de número de partidas consecutivos nas taxas de lesões é outra área de interesse. Foi recentemente demonstrado que a carga elevada de partidas em jogadores profissionais do sexo masculino foi significativamente associada a uma taxa de lesão muscular aumentada durante a partida. Nesse estudo, a taxa de lesão muscular total foi significativamente maior em partidas da liga com ≤4 dias de recuperação em comparação com ≥6 dias de recuperação; taxas significativamente mais altas também foram identificadas para lesões dos músculos isquiotibiais e do quadríceps, mas não para lesões musculares adutoras e da panturrilha. Isto coincide com as descobertas anteriores, onde a taxa de lesão muscular em uma equipe profissional masculina era mais de cinco vezes maior em períodos de jogos com duas partidas por semana, comparadas a períodos de uma partida por semana. Parece ser necessário seis dias ou mais entre as exposições de jogo para atingir um nível basal do risco de lesão muscular.

REGRAS E REGULAMENTOS
A maioria de todas as lesões musculares (> 90%, independentemente do grupo muscular) em jogadores profissionais do sexo masculino ocorreu em situações sem contato, com poucas lesões relacionadas à partida como resultado de uma falta durante um jogo na visão do árbitro. Consequentemente, as reforços nas regras existentes provavelmente terão impacto insignificante no panorama e na carga de lesões musculares. No entanto, como discutido mais adiante, as lesões musculares podem estar associadas à fadiga e regulamentos para reduzir o tempo de jogo individual e ou aumentar a janela de recuperação entre as partidas podem, portanto, ser valiosas.

EQUIPAMENTOS
Atualmente, não existem estudos indicando que qualquer equipamento em particular, como a esparadrapagem ou o tipo de calçado, esteja associado a taxas de lesões musculares aumentadas ou diminuídas no futebol.

MOMENTO DO JOGO
Lesões musculares em jogadores profissionais do sexo masculino tendem a ocorrer com menos frequência no início de uma partida, ou no primeiro tempo de jogo. Num estudo houve menos lesões no músculo quadríceps no primeiro quarto do primeiro tempo, menos lesões nos músculo da virilha no primeiro quarto do primeiro e segundo tempos de jogo e mais lesões musculares da panturrilha durante o último quarto do segundo tempo de jogo. Outros estudos sobre jogadores profissionais masculinos mostraram, no entanto, que poderia haver um efeito de fadiga também para lesões nos músculos isquiotibiais, com mais lesões ocorrendo no último quarto do primeiro e segundo tempos , e nos finais de sessões de treinamento e jogos. Finalmente, outro estudo revelou que o aparecimento de lesões musculares da coxa em jogadores jovens do sexo masculino foi mais frequente no final do primeiro tempo de jogo e ao longo do segundo tempo inteiro.

SUPERFÍCIE DE JOGO
Estudos comparando grama artificial com grama natural produziram resultados contraditórios. O primeiro estudo comparando o jogo na chamada grama artificial de terceira geração com grama natural, mostrou uma taxa significativamente mais baixa de lesões de membros inferiores em grama artificial, mas não para lesões de virilha e isquiotibiais. Num seguimento subsequente, incluindo jogadoras do sexo feminino, o mesmo padrão foi visto com uma taxa de lesão muscular significativamente menor em grama artificial em jogadores do sexo masculino, mas sem diferença entre superfícies em jogadores do sexo feminino. Nesse estudo, as taxas de lesão da panturrilha e do quadríceps em jogadores do sexo masculino foram significativamente menores em grama artificial durante o treino e jogo, respectivamente. Outros estudos sobre jogadores profissionais do sexo masculino mostraram, no entanto, nenhuma diferença na taxa de lesão muscular total, nem para sub-análises dos grandes grupos musculares entre grama artificial de terceira geração e grama natural. Finalmente, em um estudo com jogadores masculinos e femininos no nível universitário, não houve diferença entre as superfícies na taxa de lesões de membros inferiores durante a partida e treinamento para ambos os sexos, respectivamente.

FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS
Um modelo de padrões complexos considera padrões nas relações de fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de lesão. Nesse modelo, os fatores de risco e as interações potenciais resultam numa “teia de determinantes”. Em cada contexto esportivo, pode-se usar o modelo para determinar padrões de interações entre fatores, o que certas interações produzem, bem como o perfil de risco. Notavelmente, podem existir múltiplos perfis de risco para o mesmo resultado, ou seja, uma lesão).
Por fim, a identificação desses perfis de risco pode melhorar a nossa compreensão da etiologia das lesões e informar futuras intervenções preventivas.
Para nosso conhecimento, não existe atualmente nenhuma teia de determinantes para a lesão muscular no futebol.
Para os jogadores de futebol, os principais fatores de risco determinantes são: 1) lesão muscular pregressa; 2) fadiga e 3) qualidades de força.
Além disso, esses três fatores podem interagir, já que lesões musculares pregressas alteram o nível de condicionamento físico, as qualidades de força e podem alterar o processo de fadiga.
A lesão muscular pregressa pode alterar o tecido muscular, como por exemplo a formação de cicatriz o que pode produzir fraqueza e desequilíbrio muscular.

Referencias Bibliográficas

Van Beijsterveldt AMC, van de Port IGL, Vereijken AJ, et al. Risk factors for hamstring injuries in male soccer players: a systematic review of prospective studies. Scand J Med Sci Sports 2013:23:253- 62.

Mendiguchia J, Alentorn-Geli E, Idoate F, et al. Rectus femoris muscle injuries in football: a clinically relevant review of mechanisms of injury, risk factors and preventive strategies. Br J Sports Med 2013;47:359-66.

Green B, Pizzari T. Calf muscle strain injuries in sport: a systematic review of risk factors for injury. Br J Sports Med 2017;51:1189-94.

Waldén M, Hägglund M, Ekstrand J. The epidemiology of groin injury in senior football: a systematic review of prospective studies. Br J Sports Med 2015;49:792-7.

Ryan J, DeBurca N, Mc Creesh K. Risk factors for groin/hip injuries in field-based sports: a systematic review. Br J Sports Med 2014;48:1089-96.

Whittaker JL, Small C, Maffey L, et al. Risk factors for groin injury in sport: an updated systematic review. Br J Sports Med 2015;49:803-09.

Meeuwisse WH, Tyreman H, Hagel B, et al. A dynamic model of etiology in sport injury: the recursive nature of risk and causation. Clin J Sports Med 2007;17:215-19.

Andersen TE, Floerenes TW, Arnason A, et al. Video analysis of the mechanisms for ankle injuries in football. Am J Sports Med 2004;32:S69-9.

Andersen TE, Arnason A, Engebretsen L, et al. Mechanisms of head injuries in elite football. Br J Sports Med 2004;38:690-6.

Brophy RH, Stepan J, Silvers HJ, et al. Defending puts the anterior cruciate ligament at risk during soccer: a gender-based analysis. Sports Health 2015;7:244-9.

Waldén M, Krosshaug T, Bjørneboe J, et al. Three distinct mechanisms predominate in non-contact anterior cruciate ligament injuries in male professional football players: a systematic video analysis of 39 cases. Br J Sports Med 2015;49:1452-60.

Hägglund M, Waldén M, Ekstrand J. Injuries among male and female elite football players. Scand J Med Sci Sports 2009;19:819-27.

Roos KG, Wasserman EB, Dalton SL, et al. Epidemiology of 3825 injuries sustained in six seasons of National Collegiate Athletic Association men’s and women’s soccer (2009/2010-2014/2015). Br J Sports Med 2017;51:1029-34.

Cross KM, Gurka KK, Saliba S, et al. Comparison of hamstring strain injury rates between male and female intercollegiate soccer athletes. Am J Sports Med 2013:41:742-8.

Dalton SL, Kerr ZY, Dompier TP. Epidemiology of hamstring strains in 25 NCAA sports in the 2009-2010 to 2013-2014 academic years. Am J Sports Med 2015:43:2671-9.

Fuller CW, Dick RW, Corlette J, et al. Comparison of the incidence, nature and cause of injuries sustained on grass and new generation artificial turf by male and female football players. Part
1: match injuries. Br J Sports Med 2007;41(Su- ppl 1):i20-6.

Eckard T, Pauda D, Dompier T, et al. Epidemiology of hip flexor and hip adductor strains in National Collegiate Athletic Association athletes 2009/2010-2014/2015. Am J Sports Med 2017;45:2713-22.

Hägglund M, Waldén M, Ekstrand J. Risk factors for lower extremity muscle injury in professional soccer: the UEFA injury study. Am J Sports Med 2013;41:327-35.

Svensson K, Alricsson M, Karnebäck G, et al. Muscle injuries of the lower extremity: a comparison between young and old male elite soccer players. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc 2016;24:2293-9.

Engebretsen AH, Myklebust G, Holme I, et al. Intrinsic risk factors for hamstring injuries among male soccer players: a prospective cohort study. Am J Sports Med 2010;38:1147-53.

Arnason A, Sigurdsson SB, Gudmundsson A, et al. Risk factors for injuries in football. Am J Sports Med 2004;32:S5- 16.

Hägglund M, Waldén M, Ekstrand J. Previous injury as a risk factor for injury in elite football: a prospective study over two consecutive seasons. Br J Sports Med 2006;40:767-72.

Bahdur K, Pruna R. A glance over youth footballers (soccer) injury profile: next step required to be professional. Int J Orthop 2017;4:819-22.

Engebretsen AH, Mykle-bust G, Holme I, et al. Intrinsic risk factors for groin injuries among male soccer players: a prospective cohort study. Am J Sports Med 2010:38:2051-7.

Fousekis K, Tsepis E, Poulmedis P, et al. Intrinsic risk factors of non-contact quadriceps and hamstring strains in soccer: a prospective study of 100 professional players. Br J Sports Med 2011;45:709-14.

Steffen K, Myklebust G, Andersen TE, et al. Self-reported injury history and lower limb function as risk factors for injuries in female youth soccer. Am J Sport Med 2008;36:700-8.

Nilstad A, Andersen TE, Bahr R, et al. Risk factors for lower extremity injuries in elite female soccer players. Am J Sports Med 2014;42:940-8.

Woods C, Hawkins RD, Maltby S, et al. The Football Association Medical Research Programme: an audit of injuries in professional football – an analysis of hamstring injuries. Br J Sports Med 2004;38:36- 41.

Dadebo B, White J, George KP. A survey of flexibility training protocols and hamstring strains in professional football clubs in England. Br J Sports Med 2004;38:388-94.

Hägglund M, Waldén M, Ekstrand J. Injury recurrence is lower
at the highest professional football level than at national and amateur levels: does sports medicine and sports physiotherapy deliver? Br J Sports Med 2016;50:751-8.

Cloke D, Moore O, Shab T, et al. Thigh muscle injuries in youth soccer: predictors of recovery. Am J Sports Med 2012;40:433-9.

Ekstrand J, Hägglund M, Waldén M. Epidemiology of muscle injuries in professional football (soccer). Am J Sports Med 2011;39:1226-32.

Arnason A, Gudmundsson A, Dahl HA, et al. Soccer injuries in Iceland. Scand J Med Sci Sports 1996;6:40-5.

Bjørneboe J, Bahr R, Andersen TE. Gradual increase in the risk of match injury in Norwegian male professional football: a 6-year prospective study. Scand J Med Sci Sports 2014;24:189-96.

Hawkins RD, Hulse MA, Wilkinson C, et al. The association football medical research programme: an audit of injuries in professional football. Br J Sports Med 2001;35:43-7.

Petersen J, Thorborg K, Nielsen MB, et al. Acute hamstring injuries in Danish elite football:
a 12-month prospective registration study among 374 players. Scand J Med Sci Sports 2010;20:588-92.

Waldén M, Hägglund M, Orchard J, et al. Regional differences in injury incidence on European professional football. Scand J Med Sci Sports 2013;23:424-30.

Croisier J-L, Forthomme B, Namurois M-H, et al. Hamstring muscle strain recurrence and strength performance disorders. Am J Sports Med 2002;30:199-203.

Croisier J-L, Ganteau-me S, Binet J, et al. Strength imbalances and prevention of hamstring injury in professional soccer players: a prospective study. Am J Sports Med 2008;36:1469-75.

Timmins RG, Bourne MN, Shield AJ, et al. Short biceps femoris fascicles and eccentric knee flexor weakness increase the rsik of hamstring injury in elite football (soccer): a prospective cohort study. Br J Sports Med 2016;50:1524-35.

Van Dyk N, Bahr R, Burnett AF, et al. A comprehensive strength testing protocol offers no clinical value in predicting risk of hamstring injury: a prospective cohort study of 413 professional football players. Br J Sports Med 2017:51:1695-1702.

Thorborg K, Branci S, Nielsen MP, et al. Eccentric and isometric hip adduction strength in male soccer players with and without adductor-related groin pain: an assessor-blinded comparison. Orthop J Sports Med 2014 Feb 14;2(2):232596711- 4521778.

Esteve E, Rathleff MS, Vicens-Bordas J, et al. Preseason adductor squeeze strength in 303 Spanish male soccer athletes: a cross-sectional study. Orthop J Sports Med 2018 Jan11;6(1):232596- 7117747275.

Ekstrand J, Gillquist J. The avoidability of soccer injuries. Int J Sports Med 1983;4:124-8.

Witvrouw E, Danneels l, Asselman P, et al. Muscle flexibility as a risk factor for developing muscle injuries in male
professional football 61 players: a prospective study. Am J Sports Med 2003;31:41-6.

Bradley PS, Portas MD. The relationship between preseason range of motion and muscle strain injury in elite soccer players. J Strength Cond Res 2007;21:1155-9.

Henderson G, Barnes CA, Portas MD. Factors associated with increased propensity for hamstring injury in English Premier League soccer players. J Sci Med Sport 2010;13:397-402.

Ibrahim A, Murrell GAC, Knapman P. Adductor strain and hip range of movement im male professional soccer players. J Orthop Surg 2007;15:46-9.

Malone S, Owen A, Newton M, et al. The acute:chronic workload ratio in relation to injury risk in professional soccer. J Sci Med Sport 2017;20:561-5.

Malone S, Owen A, Mendes B, et al. High-speed running and sprinting as an injury risk factor in soccer: Can well-developed physical qualities reduce the risk? J Sci Med Sport 2018;21:257-62.

Gouttebarge V, Aoki H, Ekstrand J, et al. Are severe musculoskeletal injuries associated with symptoms of common mental disorders among male European professional footballers? Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc 2016;24:3934-42.

Soligard T, Schwellnus M, Alonso JM, et al. How much is too much? (Part 1) International Olympic Committee consensus statement on load
in sport and risk of injury. Br J Sports Med 2016;50:1030-41.

Ricard Pruna, Thor Einar Andersen Ben Clarsen, Alan McCall in MUSCLE INJURY GUIDE: PREVENTION AND TREATMENT OF MUSCLE INJURIES