As osteotomias do joelho nos esportistas

18 de abril de 2018 | Por

A osteoartrite do joelho é geralmente considerada um fenômeno mecânico. No adulto jovem, fenômenos patológicos, como lesão meniscal ou menisectomia, lesão osteocondral e insuficiência ligamentar, podem predispor o indivíduo a desenvolver osteoartrite. O desalinhamento do joelho, induzido por lesão ou pela variabilidade anatômica subjacente, tem mostrado causar tensões anormais na cartilagem articular de um compartimento afetado e promover o desenvolvimento dessas alterações.

O mau alinhamento é frequentemente associado à osteoartrite do joelho e pode influenciar a carga mecânica através do compartimento medial ou lateral. O aumento do estresse na cartilagem articular pode levar a uma maior probabilidade de desenvolver a osteoartrite. 

O eixo normal anatômico de carga do joelho varia entre 5 a 7 graus de valgo. O lado medial do joelho transmite 60% da força através da articulação e os restantes 40% são transmitidos através do compartimento lateral. A instabilidade aumenta ainda mais a carga, adicionando um impulso lateral (“lateral trust”) ou um momento adutor que varia um pouco com o padrão de marcha. Pacientes mais jovens podem ser mais propensos a alterações decorrentes da lesão em um compartimento isolado, alterando o eixo biomecânico e acelerando esse processo.

A osteoartrite unicompatimental do joelho de um atleta é um desafio difícil e controverso na ortopedia. Para o paciente mais jovem, ativo, com deformidade angular além da variação média da variação fisiológica e ou instabilidade crônica, a osteotomia continua sendo o procedimento de escolha, sobretudo naqueles que desejam retornar às atividades esportivas. As osteotomias do joelho nos atletas jovens com osteoartrite unicompartimental mostram resultados encorajadores, porém ainda há a necessidade de estudos a longo prazo para determinar os resultados funcionais nesta população específica de pacientes. 

A osteotomia tibial alta foi descrita pela primeira vez em 1958 como um tratamento bem-sucedido para a osteartrite degenerativa unicompartimental do joelho, moderada a grave, associada à deformidade angular. 

O objetivo de uma osteotomia, independentemente do local ou técnica anatômica, é o alívio da dor e a melhora da função através da correção do eixo, reposicionando a linha de sustentação de peso o mais próximo possível da normalidade para reduzir o estresse através dos compartimentos medial e lateral ou das estruturas ligamentares. Os resultados indicam que os fatores que predizem desfechos favoráveis ​​incluem diminuição do peso relativo, aumento da correção do ângulo e menor nível geral da doença. 

Muitos estudos analisaram os resultados desta forma de tratamento cirúrgico com relação à idade, atividade, sexo, gravidade (grau de alteração degenerativa), peso, tratamento prévio da lesão e angulação pré e pós-operatória, em um esforço para identificar os fatores de risco para uma possível falha. Lesões ligamentares no contexto de alinhamento em varo também podem ter uma taxa maior de falha, já que os enxertos de tecido mole podem se estender ao longo do tempo nesse cenário.

A osteotomia tibial alta pode ser eficaz por períodos superiores a 15 anos, no entanto, os resultados se deterioram com o tempo. Os melhores resultados de sobrevida das osteotomias tibais altas são observados nos pacientes com menos de 50 anos de Idade, com índice de massa corporal (IMC) menor do que 25 e suficiência do ligamento cruzado anterior. 

Pacientes motivados são capazes de retornar às atividades extenuantes após uma osteotomia tibial alta, muito embora devam ser informados de que podem não recuperar o nível de performance pré-lesão e ainda com a persistência de dor residual durante o esporte.

No estudo de Salzmann et al, numa série de casos com nível de evidência 4, um total de 65 pacientes foram entrevistados por questionários postais para determinar suas atividades esportivas e recreativas em uma média de 36 +/- 8,1 meses (variação, 14-84) após osteotomia tibial alta para o tratamento da osteoartrite do compartimento medial do joelho. A avaliação clínica incluiu o escore de Lysholm, a escala de atividade de Tegner, a Escala de Avaliação de Atividades e uma escala analógica visual para dor. No momento da pesquisa, 90,9% dos pacientes estavam envolvidos em atividades esportivas e recreativas, em comparação com 87,9% antes da cirurgia. Após a cirurgia, muitos pacientes continuaram a se envolver em atividades de alto nível, como esqui alpino ou mountain bike, porém nenhum paciente retornou aos esportes competitivos.

No estudo de Faschingbauer et al, 92% dos pacientes que foram submetidos a osteotomia tibial alta retornaram ao esporte, entretanto os pacientes não conseguiram desempenhar os mesmos níveis de performance pré-operatórios nos esportes de impacto em 40% dos casos. Ektiari et al observaram que a maioria dos pacientes submetidos a osteotomia tibial alta retornou ao trabalho ou ao esporte em tempo inferior a um ano, sendo que 2/3 dos pacientes retornaram em níveis ao menos iguais aos pré-operatórios.

No estudo de Saraglia et al, o objetivo foi avaliar a retomada da atividade física e esportiva após osteotomia em valgo para a osteoartrite femorotibial medial, foram avaliados 95 pacientes em 25 esportes, num acompanhamento médio de 5,75 ± 1,3 anos (cinco a nove anos), 71 pacientes (85,5%) retomaram as atividades esportivas e 66 (79,5%) sentiram que tinham encontrado um nível esportivo igual ao nível de cirurgia anterior. Dos pacientes que praticavam corrida antes da cirurgia, 85% (17 de 20) conseguiram retomar essa atividade e no futebol apenas 25% retornou ao esporte. Este estudo demonstrou que as osteotomias do joelho para osteoartrite femorotibial medial permitem a retomada da atividade física sustentada, como correr ou esquiar na maioria dos pacientes.

Na revisão sistemática com metanálise realizada por Hoorntje et al em 2017, foram incluídos 26 estudos, envolvendo 1321 pacientes (69% do sexo masculino). A idade média variou entre 27 e 62 anos e o seguimento médio foi de 4,8 anos. O retorno ao esporte foi relatado em 18 estudos e o retorno ao esporte médio foi de 85%. O tempo para o retorno ao trabalho variou de 10 a 22 semanas. A maioria dos pacientes submetidos à osteotomia do joelho retorna às atividades esportivas e ao trabalho. Para o retorno ao esporte, observou-se uma tendência de participação em atividades esportivas de menor impacto, semelhante ao retorno ao esporte após artroplastias do joelho. Pacientes submetidos a osteotomia do joelho retornaram às atividades de alto impacto com mais frequência do que aqueles submetidos às artroplastias do joelho.

As indicações para a osteotomia tibial alta continuam a crescer. As indicações para uma osteotomia são o desalinhamento com osteartrose e / ou instabilidade, com ou sem um procedimento de cartilagem articular associado.

Morrey afirmou que pacientes com osteartrite degenerativa secundária, joelho em varo e dor articular medial localizada também são candidatos a uma osteotomia. A substituição total da articulação continua a ser uma alternativa viável para o paciente mais idoso e menos ativo, mas os resultados a longo prazo no adulto jovem têm sido menos confiáveis e mais complexos. Recomenda-se a osteotomia como um meio de alterar o desalinhamento para distribuir mais uniformemente essas forças sobre o compartimento medial e lateral e retardar ou prevenir alterações degenerativas nessa população.

As contra-indicações da osteotomia tibial alta (OTA) incluem pacientes fumantes, devido ao alto risco de pseudoartrose, particularmente com osteotomias de cunha de abertura medial. A OTA deve ser evitada em joelhos que demonstrem áreas maiores (15 × 15 mm) de exposição óssea em ambas as superfícies, tibial e femoral, de acordo com Markolf et al. 

Contra-indicações relativas incluem peso corporal maior que 90 kg, sintomas patelofemorais graves ou pacientes com patela ínfera anormal ou alta, pois uma osteotomia pode aumentar as forças na cartilagem articular nesses pacientes.

O planejamento pré-operatório deve ser realizado com radiografias dos joelhos em posições ântero-posterior com apoio, póstero-anterior 45 graus (posição de Rosemberg) e perfil com apoio. A radiografia panorâmica é importante para o cálculo do eixo mecânico do joelho.

Segundo Dugdale et al, o cálculo da cunha de abertura da osteotomia pode variar conforme a presença ou ausência da osteoartrite do compartimento medial do joelho. Nos casos sem osteoartrite do compartimento medial, deve-se considerar a correção do eixo mecânico para 0o, enquanto nos casos onde houver osteoartrite do compartimento medial, o eixo mecânico deverá ser corrigido para 3o a 6o de valgo, transferência da carga para 62% da superfície articular da tibia, no compartimento lateral.

As indicações da osteotomia tibial alta por cunha de subtração ou fechamento são: patela baixa, deformidade em varo grande, slope tibial muito elevado. A osteotomia tibial por cunha de fechamento é cirurgia mais longa, não necessita de enxerto, tem menor precisando e um risco de lesão do nervo fibular.

A osteotomia por cunha de abertura está indicada nas condições de patela alta e associadas à reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho. A cirurgia é mais rápida, mais precisa, necessita a utilização de enxerto nas correções maiores, permite uma fixação estável e apresenta risco de lesão do nervo safeno.

A técnica cirúrgica da osteotomia por cunha de abertura tibial alta deve manter ou se possível diminuir o “slope tibial”, pois uma inclinação maior do que 10o causa uma sobrecarga três vezes maior sobre o enxerto do LCA, nas reconstruções ligamentares concomitantes, segundo Noyes et al 2005 e Bonin et al 1990. O corte da ostetomia deve ser paralelo à inclinação da superfície tibial original e a placa deve ser posicionada e fixada em posição mais posterior na tíbia, desta forma o gap anterior é menor do que o gap posteriormente, em torno da metade.

A utilização de enxerto está indicada nas osteotomias tibais altas por cunha de abertura, nos jogadores de futebol, pacientes do sexo feminino ou quando for maior do que 10mm. As fontes de enxerto podem ser autólogas da crista ilíaca ou enxerto de hidroxiapatita e trifosfato de cálcio.

As complicações das OTA são: Lesão da artéria tibial anterior aberrante (2%), infecção (2-10%), hematoma (3-5%), pseudoartrose (1-2%), Perda de correção (10-15%), aumento exagerado do slope tibial (20%).

Referências

1. Hofmann S, Lobenhoffer P, Staubli A, et al. Osteotomien am kniegelenk bei monokompartmentarthrose. Orthopade. 2009;38:755–770. doi: 10.1007/s00132-009-1458-y. 

2. McNamara I, Birmingham TB, Fowler PJ, et al. High tibial osteotomy: evolution of research and clinical applications: a Canadian experience. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2013;21(1):23–31. doi: 10.1007/s00167-012-2218-9. 

3. Coventry MB. Osteotomy of the upper portion of the tibia for degenerative arthritis of the knee. A preliminary report. J Bone Joint Surg Am. 1965;47:984–990. doi: 10.2106/00004623-196547050-00008. 

4. Brinkman J-M, Lobenhoffer P, Agneskirchner JD, et al. Osteotomies around the knee. J Bone Joint Surg Br. 2008;90-B:1548–57. 

5. Niinimäki TT, Eskelinen A, Ohtonen P, et al. Incidence of osteotomies around the knee for the treatment of knee osteoarthritis: a 22-year population-based study. Int Orthop. 2012;36:1399–1402. doi: 10.1007/s00264-012-1508-7. 

6. Witjes S, Gouttebarge V, Kuijer PPFM, et al. Return to sports and physical activity after total and unicondylar knee arthroplasty: a systematic review and meta-analysis. Sports Med. 2016;46:1–24. doi: 10.1007/s40279-015-0421-9. 

7. Schmalzried TP, Shepherd EF, Dorey FJ, et al. The John Charnley Award. Wear is a function of use, not time. Clin Orthop Relat Res. 2000;381:36–46. doi: 10.1097/00003086-200012000-00005. 

8. Kurtz SM, Lau E, Ong K, et al. Future young patient demand for primary and revision joint replacement: National projections from 2010 to 2030. Clin Orthop Relat Res. 2009;467:2606–2612. doi: 10.1007/s11999-009-0834-6. 

9. Losina E, Thornhill TS, Rome BN, et al. The dramatic increase in total knee replacement utilization rates in the United States cannot be fully explained by growth in population size and the obesity epidemic. J Bone Joint Surg Am. 2012;94:201–207. doi: 10.2106/JBJS.J.01958.  

10. Lobenhoffer P, Agneskirchner JD. Improvements in surgical technique of valgus high tibial osteotomy. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2003;11:132–138. doi: 10.1007/s00167-002-0334-7. 

11. Brouwer RW, Huizinga MR, Duivenvoorden T, et al. Osteotomy for treating knee osteoarthritis. Cochrane Database Syst Rev. 2014;(12):CD004019. [PubMed]

12. Schallberger A, Jacobi M, Wahl P, et al. High tibial valgus osteotomy in unicompartmental medial osteoarthritis of the knee: a retrospective follow-up study over 13–21 years. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2011;19:122–127. doi: 10.1007/s00167-010-1256-4. 

13. Niinimäki TT, Eskelinen A, Mann BS, et al. Survivorship of high tibial osteotomy in the treatment of osteoarthritis of the knee: Finnish registry-based study of 3195 knees. J Bone Joint Surg Br. 2012;94:1517–1521. doi: 10.1302/0301-620X.94B11.29601. 

14. Bode G, von Heyden J, Pestka J, et al. Prospective 5-year survival rate data following open-wedge valgus high tibial osteotomy. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2015;23:1949–1955. doi: 10.1007/s00167-013-2762-y. 

15. Efe T, Ahmed G, Heyse TJ, et al. Closing-wedge high tibial osteotomy: survival and risk factor analysis at long-term follow up. BMC Musculoskelet Disord. 2011;12:46. doi: 10.1186/1471-2474-12-46. 

16. Saithna A, Kundra R, Getgood A, et al. Opening wedge distal femoral varus osteotomy for lateral compartment osteoarthritis in the valgus knee. Knee. 2014;21:172–175. doi: 10.1016/j.knee.2013.08.014. 

17. Cameron JI, McCauley JC, Kermanshahi AY, et al. Lateral opening-wedge distal femoral osteotomy: pain relief, functional improvement, and survivorship at 5 years. Clin Orthop Relat Res. 2015;473:2009–2015. doi: 10.1007/s11999-014-4106-8. 

18. Backstein D, Morag G, Hanna S, et al. Long-term follow-up of distal femoral varus osteotomy of the knee. J Arthroplasty. 2007;22:2–6. doi: 10.1016/j.arth.2007.01.026. 

19. Sternheim A, Garbedian S, Backstein D. Distal femoral varus osteotomy: unloading the lateral compartment: long-term follow-up of 45 medial closing wedge osteotomies. Orthopedics. 2011;34:e488–e490. 

20. Finkelstein JA, Gross AE, Davis A. Varus osteotomy of the distal part of the femur. A survivorship analysis. J Bone Joint Surg Am. 1996;78:1348–1352. doi: 10.2106/00004623-199609000-00008. 

21. Amendola A, Bonasia DE. Results of high tibial osteotomy: review of the literature. Int Orthop. 2010;34:155–160. doi: 10.1007/s00264-009-0889-8. 

22. Cantin O, Magnussen RA, Corbi F, et al. The role of high tibial osteotomy in the treatment of knee laxity: a comprehensive review. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2015;23:3026–3037. doi: 10.1007/s00167-015-3752-z. 

23. Dean CS, Liechti DJ, Chahla J, et al. Clinical outcomes of high tibial osteotomy for knee instability: a systematic review. Orthop J Sport Med. 2016;4:1–9. doi: 10.1177/2325967116633419. 

24. Zaffagnini S, Bonanzinga T, Grassi A, et al. Combined ACL reconstruction and closing-wedge HTO for varus angulated ACL-deficient knees. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2013;21:934–941. doi: 10.1007/s00167-013-2400-8. 

25. Bode G, Ogon P, Pestka J, et al. Clinical outcome and return to work following single-stage combined autologous chondrocyte implantation and high tibial osteotomy. Int Orthop. 2015;39:689–696. doi: 10.1007/s00264-014-2547-z. 

26. Warme B, Aalderink K, Amendola A. Is there a role for high tibial osteotomies in the athlete? Sports Health. 2011;3:59–69. doi: 10.1177/1941738109358380. [PMC free article] [PubMed] [Cross Ref]

27. Johnstone SF, Tranovich MJ, Vyas D, et al. Unicompartmental arthritis in the aging athlete: osteotomy and beyond. Curr Rev Musculoskelet Med. 2013;6:264–272. doi: 10.1007/s12178-013-9171-1. 

28. Moher D, Shamseer L, Clarke M, et al. Preferred reporting items for systematic review and meta-analysis protocols (PRISMA-P) 2015 statement. Syst Rev. 2015;4:1. doi: 10.1186/2046-4053-4-1. 

29. Ouzzani M, Hammady H, Fedorowicz Z, et al. Rayyan: a web and mobile app for systematic reviews. Syst Rev. 2016;5:210. doi: 10.1186/s13643-016-0384-4. 

30. Hayden JA, Van der Windt DA, Cartwright JL, et al. Research and reporting methods annals of internal medicine assessing bias in studies of prognostic factors. Ann Intern Med. 2013;144:427–437. doi: 10.7326/0003-4819-144-6-200603210-00010. 

31. Vail T, Mallon W, Liebelt R. Athletic activities after joint arthroplasty. Sports Med Arthrosc. 1996;4:298–305. doi: 10.1097/00132585-199600430-00010. 

32. Kuster MS, Spalinger E, Blanksby BA, et al. Endurance sports after total knee replacement: a biomechanical investigation. Med Sci Sports Exerc. 2000;32:721–724. doi: 10.1097/00005768-200004000-00001. 

33. Noyes FR, Barber SD, Simon R. High tibial osteotomy and ligament reconstruction in varus angulated, anterior cruciate ligament-deficient knees. A two- to seven-year follow-up study. Am J Sports Med. 2000;21:2–12. doi: 10.1177/036354659302100102. 

34. Hoell S, Suttmoeller J, Stoll V, et al. The high tibial osteotomy, open versus closed wedge, a comparison of methods in 108 patients. Arch Orthop Trauma Surg. 2005;125:638–643. doi: 10.1007/s00402-005-0004-6. 

35. Saragaglia D, Rouchy RC, Krayan A, et al. Return to sports after valgus osteotomy of the knee joint in patients with medial unicompartmental osteoarthritis. Int Orthop. 2014;38:2109–2114. doi: 10.1007/s00264-014-2435-6. 

36. Gomoll AH, Kang RW, Chen AL, et al. Triad of cartilage restoration for unicompartmental arthritis treatment in young patients. J Knee Surg. 2009;22:137–141. doi: 10.1055/s-0030-1247738. 

37. Isolauri J, Lapinsuo M, Aho H, et al. Proximal osteotomy of the tibia in the treatment of osteoarthritis of the knee. Arch Orthop Trauma Surg. 1983;102(2):107–10. 

38. de Carvalho L, Temponi E, Soares L, et al. Physical activity after distal femur osteotomy for the treatment of lateral compartment knee osteoarthritis. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2014;22:1607–1611.

39. Korovessis P, Katsoudas G, Salonikides P, et al. Medium- and long-term results of high tibial osteotomy for varus gonarthrosis in an agricultural population. Orthopedics. 1999;22:729–736. 

40. Dahl A, Toksvig-Larsen S, Lindstrand A. Ten-year results of physical activity after high tibial osteotomy in patients with knee osteoarthritis. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2015;25:902–909. doi: 10.1007/s00167-015-3693-6. 

41. Boussaton M, Potel J-F. L’ostéotomie tibiale chez le rugbyman professionnel. À propos de six cas. J Traumatol Sport. 2007;24:200–202. doi: 10.1016/j.jts.2007.07.002. 

42. Ampollini A, Affanni M, D’Angelo G, et al. Tibial osteotomy of valgus combined with intraarticular plastic surgery in evolute anterior laxity [Italian] Minerva Ortop Traumatol. 1998;49:127–134.

43. Bonnin MP, Laurent JR, Zadegan F, et al. Can patients really participate in sport after high tibial osteotomy? Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2013;21:64–73. doi: 10.1007/s00167-011-1461-9. 

44. Boss A, Stutz G, Oursin C, et al. Anterior cruciate ligament reconstruction combined with valgus tibial osteotomy (combined procedure) Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 1995;3:187–191. doi: 10.1007/BF01565482. 

45. Cotic M, Vogt S, Feucht MJ, et al. Prospective evaluation of a new plate fixator for valgus-producing medial open-wedge high tibial osteotomy. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2015;23:3707–3716. doi: 10.1007/s00167-014-3287-8. 

46. Dejour H, Neyret P, Boileau P, et al. Anterior cruciate reconstruction combined with valgus tibial osteotomy. Clin Orthop Relat Res. 1994;299:220–228. 

47. Faschingbauer M, Nelitz M, Urlaub S, et al. Return to work and sporting activities after high tibial osteotomy. Int Orthop. 2015;39:1527–1534. doi: 10.1007/s00264-015-2701-2. 

48. Lerat J, Moyen B, Garin C, et al. Anterior laxity and medial arthritis in varus knee. Reconstruction of the anterior cruciate ligament associated with a high tibial osteotomy. J Orthop Surg. 1993;7:333–342.

49. Minzlaff P, Feucht MJ, Saier T, et al. Can young and active patients participate in sports after osteochondral autologous transfer combined with valgus high tibial osteotomy? Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2016;24:1594–1600. doi: 10.1007/s00167-014-3447-x. 

50. Nagel A, Insall JN, Scuderi GR. Proximal tibial osteotomy: a subjective outcome study. J Bone Joint Surg. 1996;78:1353–1358. doi: 10.2106/00004623-199609000-00009. 

51. Niemeyer P, Koestler W, Kaehny C, et al. Two-year results of open-wedge high tibial osteotomy with fixation by medial plate fixator for medial compartment arthritis with varus malalignment of the knee. Arthroscopy. 2008;24:796–804. doi: 10.1016/j.arthro.2008.02.016. 

52. Saier T, Minzlaff P, Feucht MJ, et al. Health-related quality of life after open-wedge high tibial osteotomy. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2015;25:934–942. doi: 10.1007/s00167-015-3938-4. 

53. Salzmann GM, Ahrens P, Naal FD, et al. Sporting activity after high tibial osteotomy for the treatment of medial compartment knee osteoarthritis. Am J Sport Med. 2009;37:312–318. doi: 10.1177/0363546508325666. 

54. Schröter S, Mueller J, van Heerwaarden R, et al. Return to work and clinical outcome after open wedge HTO. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2013;21:213–219. doi: 10.1007/s00167-012-2129-9. 

55. Waterman BR, Hoffmann JD, Laughlin MD, et al. Success of high tibial osteotomy in the United States military. Orthop J Sport Med. 2015;3:2325967115574670. 

56. Williams R, III, Kelly B, Wickiewicz T, et al. The short-term outcome of surgical treatment for painful varus arthritis in association with chronic ACL deficiency. J Knee Surg. 2003;16:9–16. [PubMed]

57. Yim J-H, Song E-K, Seo H-Y, et al. Comparison of high tibial osteotomy and unicompartmental knee arthroplasty at a minimum follow-up of 3 years. J Arthroplasty. 2013;28:243–247. doi: 10.1016/j.arth.2012.06.011. 

58. Ekhtiari S, Haldane CE, de Sa D, et al. Return to work and sport following high tibial osteotomy: a systematic review. J Bone Joint Surg Am. 2016;98:1568–1577. doi: 10.2106/JBJS.16.00036. 59. Mancuso C, Sculco T, Wickiewicz T, et al. Patients’ expectations of knee surgery. J Bone Joint Surg Am. 2001;83-A:1005–12. 

60. Tilbury C, Leichtenberg CS, Tordoir RL, et al. Return to work after total hip and knee arthroplasty: results from a clinical study. Rheumatol Int. 2015;35:2059–2067. doi: 10.1007/s00296-015-3311-4. 

61. Kuijer PPFM, De Beer MJPM, Houdijk JHP, et al. Beneficial and limiting factors affecting return to work after total knee and hip arthroplasty: a systematic review. J Occup Rehabil. 2009;19:375–381. doi: 10.1007/s10926-009-9192-1. 

62. Kuijer PPFM, Kievit AJ, Pahlplatz TMJ, et al. Which patients do not return to work after total knee arthroplasty? Rheumatol Int. 2016;36:1–6. doi: 10.1007/s00296-016-3512-5. 

63. Lansdaal JR, Mouton T, Wascher DC, et al. Early weight bearing versus delayed weight bearing in medial opening wedge high tibial osteotomy: a randomized controlled trial. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. (Epub 1 July 2016).

64. Brinkman JM, Luites JW, Wymenga AB, et al. Early full weight bearing is safe in open-wedge high tibial osteotomy. Acta Orthop. 2010;81:193–198. doi: 10.3109/17453671003619003.

65. Khatib Y, Madan A, Naylor JM, et al. Do psychological factors predict poor outcome in patients undergoing TKA? A systematic review. Clin Orthop Relat Res. 2015;473:2630–2638. doi: 10.1007/s11999-015-4234-9. 

66. Akizuki S, Shibakawa A, Takizawa T, et al. The long-term outcome of high tibial osteotomy: a ten- to 20-year follow-up. J Bone Joint Surg Br. 2008;90:592–596. doi: 10.1302/0301-620X.90B5.20386. 

67.Faschingbauer M, Nelitz M, Urlaub S, Reichel H, Dornacher D.Return to work and sporting activities after high tibial osteotomy. Int Orthop. 2015 Aug;39(8):1527-34. doi: 10.1007/s00264-015-2701-2. Epub 2015 Feb 26.

68.Hoorntje A, Witjes S, Kuijer PPFM, et al. High Rates of Return to Sports Activities and Work After Osteotomies Around the Knee: A Systematic Review and Meta-Analysis. Sports Medicine (Auckland, N.z). 2017;47(11):2219-2244. doi:10.1007/s40279-017-0726-y.

69.Dugdale TW, Noyes FR, Styer D. Preoperative planning for high tibial osteotomy. The effect of lateral tibiofemoral separation and tibiofemoral length. Clin Orthop Relat Res. 1992 Jan;(274):248-64.