A Síndrome do Impacto posterior no Tornozelo.

9 de julho de 2017 | Por

O tornozelo é alvo frequente de sintomas durante a atividade esportiva. A dor, o inchaço e a limitação de movimentos são alguns dos sinais e sintomas mais frequentes, porém muitas causas podem ser relacionadas.

A dor na região posterior do tornozelo pode ser resultante de várias causas e nem sempre é fácil de ser diagnosticada. Dentre as causas mais frequentes podemos descrever as inflamações nos tendões (peritendinites), as bursites, as artrites e os processos degenerativos da articulação (artroses), e dos tendões (tendinoses).

A síndrome do impacto posterior do tornozelo (SIPT), também chamada de síndrome do pinçamento posterior e síndrome do “os trigonum”, é mais frequente nos esportes onde o movimento de flexão forçada do tornozelo esteja presente, como na dança, no futebol, no basquetebol, no voleibol e no atletismo.

A anatomia da região posterior do tornozelo parece ser um fator chave no desenvolvimento da síndrome no esporte. O mecanismo de lesão principal é caracterizado por micro-traumatismos repetitivos gerados durante a flexão plantar forçada do tornozelo, como por exemplo durante o desprendimento do pé do solo na corrida.

Outro mecanismo frequente é o impacto de maior intensidade gerado durante as torsões do tornozelo. Ambos os mecanismos de lesão simulam a ação de um quebra-nozes sobre uma noz, onde o osso do tálus e os tecidos moles que o circundam são comprimidos entre a tíbia e o osso do calcâneo, durante a flexão forçada do tornozelo.

A síndrome pode se manisfestar como uma inflamação dos tecidos moles, como uma lesão óssea ou ambos. A lesão clássica na síndrome do impacto posterior do tornozelo, se localiza entre o osso do tálus e um osso acessório chamado de “os trigonum”,caracterizando uma ruptura da área de contato entre os dois ossos.

O “os trigonum” aparece entre as idades de 11 a 13 anos nos homens e 8 a 10 anos nas mulheres. Este osso acessório se forma através de um núcleo de ossificação secundária e permanence separado do osso do talus mediante uma interface de cartilagem (sincondrose). Em aproximadamente 7% da população, entretanto, o osso acessório não se funde ao tálus.

O diagnóstico clínico é obtido por especialista, baseado nas informações da história, exame clínico e demonstração da dor mediante a realização de movimentos que simulem a situação do impacto. O paciente queixa-se de dor localizada na região posterior do tornozelo, principalmente durante a flexão máxima do tornozelo.

O diagnóstico por imagem complementa os dados da história clínica. As radiografias simples podem demonstrar a presença do “os trigonum”.

A ressonância magnética complementará o diagnóstico, identificando sinais de inflamação e degeneração da região comprometida. A tomografia computadorizada e a cintilografia óssea também podem ser usadas na complementação diagnóstica.

O tratamento, inicialmente clinico, se baseia no controle da dor e da inflamação, além da diminuição dos treinamentos. A imobilização do tornozelo e a fisioterapia também podem ser indicados. Nos casos em que a dor persiste, o tratamento cirúrgico está indicado.

Cuide dos seus tornozelos e boa corrida!