A meralgia parestésica, dor e anestesia na face ântero-lateral da coxa.

9 de julho de 2017 | Por

A palavra “meralgia” é originada de duas palavras gregas, “meros” que significa parte e “algos” que significa dor. Parestesia significa um distúrbio de sensações (formigamento, picada, queimação, anestesia).

A meralgia parestésica (MP) é descrita como uma síndrome clínica caracterizada por um distúrbio de sensibilidade e dor localizada na região anterior e lateral da coxa, área inervada pelo nervo cutâneo femoral lateral.

Os sinais e sintomas são decorrentes geralmente de uma compressão do nervo, que pode ocorrer em seu trajeto, especialmente na região inguinal (virilha) .

As causas mais comuns de compressão do nervo são a obesidade, a gravidez, cintos apertados, traumatismos repetitivos, lesões musculares e cirurgias do quadril, da região abdominal e inguinal.

Atletas também são vulneráveis ao desenvolvimento da MP, devido aos movimentos repetitivos de flexão e extensão do quadril. A patologia é mais frequente entre indivíduos de 30 a 65 anos de idade.

Os sinais e sintomas mais frequentes são: distúrbios na sensibilidade da pele na face anterior e lateral da coxa (anestesia, dormência, formigamento, queimação, desconforto, frio, choque, agulhadas), hipersensibilidade ao toque e queda de pelos. Os sintomas são eminentemente sensitivos, logo não há perda motora, da força muscular ou alteração de reflexos.

A intensidade dos sintomas pode variar de leves a intensos e ter duração de poucos dias a anos. Os sintomas pioram na posição ortostática (em pé), durante caminhadas ou com a extensão do quadril, por outro lado os sintomas melhoram na posição sentada. Há também frequentes queixas nos quadris, joelhos e pernas, o que torna o diagnóstico ainda mais difícil.

O diagnóstico da MP é predominantemente formado pela história clínica e pelo exame físico detalhado. Os sintomas se confundem com muitas outras causas de dor na coxa (tendinopatias, lesões musculares, ciatalgias), o que dificulta a conclusão diagnóstica.

Os exames de imagem como as radiografias simples, a ressonância magnética e a tomografia computadorizada podem ser inconclusivos para a MP, mas afastam causas de compressão do nervo como tumores, etc.

O exame de eletroneuromiografia pode fazer diagnósticos diferenciais com outras doenças e até identificar alterações na velocidade de condução da sensibilidade do nervo.

O tratamento com prescrição médica de analgésicos, antiinflamatórios não hormonais, infiltrações de corticosteróides e fisioterapia são os mais indicados. A perda de peso e o afastamento dos fatores de risco da lesão são fundamentais. O tratamento cirúrgico, caracterizado pela descompressão do nervo é de exceção para os casos sem melhora com os tratamentos conservadores.

Procure saber mais sobre as dores e os distúrbios da sensibilidade.

Bons treinos!