A história e exame físico das “hérnias do esportista”.

9 de julho de 2017 | Por

A maioria dos pacientes descreve o início dos sintomas de forma insidiosa na região inguinal. A lesão ocorre quase que exclusivamente em homens.

A dor é frequentemente unilateral, “perfurante” ou em queimação e irradia para a coxa proximal, abdome inferior, períneo e escroto.

Os sintomas são exacerbados por atividades como a corrida, movimentos de rápida aceleração, mudanças bruscas de direção, rotação, chute e o ato de levantar-se. O ato de tossir, espirrar e as manobras que simulem a clássica Valsalva, frequentemente pioram a dor. (20,31,32) O ato de se levantar da cama pode ser extremamente doloroso, mas raramente incomoda durante o sono ou mesmo o interrompe.

O atleta não refere dor durante o repouso, mas sente dor imediata durante o inicio da atividade física, mesmo depois do aquecimento e pode se tornar incapaz de atingir um nível satisfatório de rendimento no esporte. (20,29,34)

O exame físico revela desconforto sobre o tendão conjunto no canal inguinal, na inserção do reto femoral, no tubérculo púbico e/ou na origem dos adutores.

Um examinador experiente pode ser capaz de palpar uma dilatação do anel inguinal superficial ou fraqueza do assoalho inguinal e pode excluir a presença de uma hérnia inguinal ou femoral. (17-19,42,50)

O atleta apresentará dor sempre que tiver uma adução resistida e o ato de se levantar contra a resistência. (13) O “squeeze test” para o adutor é positivo na posição supina em flexão de 90o.

Com frequência se observa diminuição das rotações interna e externa do quadril. De fato, a restrição do arco de movimento do quadril pode ser considerado um fator de risco para dor crônica da região inguinal no atleta.

Um exame completo do paciente deve ser realizado para identificar outras potenciais causas de dor inguinal.

O diagnóstico diferencial é extenso e inclui lesões ortopédicas comuns, como lesões musculares (reto anterior, adutor, iliopsoas), osteíte púbica, fratura de estresse, fratura-avulsão, lesão articular do quadril, compressão nervosa e radiculopatia lombar.

As causas não ortopédicas devem também ser consideradas, como: hérnia clássica, apendicite, diverticulite, síndrome do intestino irritável, aderências, infecção do trato urinário, prostatite, dor testicular, varicocele, endometriose, cisto ovariano, pinçamento do ligamento redondo do útero.