A estenose de canal vertebral lombar.

9 de julho de 2017 | Por

A região lombar é uma das sedes anatômicas mais frequentes de aparecimento de dor e limitação funcional no ser humano. A lombalgia ou dor lombar apresenta uma grande variedade de causas de gravidades diferentes que acometem os indivíduos em qualquer etapa da vida.

No esporte, a lombalgia figura entre as causas mais frequentes de dor e interrupção dos treinamentos.

A coluna vertebral é formada por uma sequência de peças ósseas chamadas vértebras, intercaladas por estruturas formadas por fibrocartilagem designadas discos intervertebrais.

O canal vertebral é um espaço anatômico formado pela sucessão de vértebras, que fornece um arcabouço ósseo para a medula espinhal, que se origina desde a região cervical até a região lombar alta. As regiões mais inferiores do canal medular contem apenas as raízes nervosas. O estreitamento deste canal pode provocar compressão de uma ou mais raízes da chamada cauda equina, culminando o aparecimento de sinais e sintomas neurológicos.

As causas do estreitamento do canal vertebral (estenose do canal) podem ser congênitas ou adquiridas. As causas adquiridas abrangem as lesões dos discos intervertebrais (protrusões, hérnias), a osteoartrose da coluna, as instabilidades vertebrais (espondilolistese), as causas pós-traumáticas (fraturas), as causas metabólicas e os tumores. A principal causa da estenose do canal vertebral é degenerativa e acomete indivíduos à partir dos 40 anos de idade.

As queixas da estenose do canal lombar são: a dor lombar localizada (lombalgia), dor irradiada (nádega ou membros inferiores), sensibilidade alterada em determinadas regiões, diminuição da força dos membros inferiores, rigidez matinal (dor lombar ao permanecer longos períodos de repouso).

Um dos sinais e sintomas mais marcantes é a chamada claudicação neurogênica, que se caracteriza pelo surgimento de dor irradiada para ambos os membros inferiores, sensação de anestesia (adormecimento) e dificuldade para caminhar algumas dezenas de metros, gerando a necessidade de flexionar o tronco para alívio dos sintomas, além da necessidade de parar a caminhada para depois recomeçá-la.

Outros sintomas também podem aparecer na estenose do canal vertebral lombar, tais como distúrbios urinários, intestinais ou sexuais. Raramente compressões agudas causadas por grandes hérnias discais podem gerar compressões nas raízes nervosas, gerando anestesia da região do períneo, retenção urinária, dificuldades para evacuar (obstipação), dor ciática, anestesia da planta dos pés e até paralisia dos membros inferiores.

A história clínica e o exame físico são importantes no diagnóstico, que deve ser complementado por radiografias simples, ressonância magnética e também a tomografia computadorizada. O exame de eletroneuromiografia auxilia na localização das raízes nervosas comprimidas e as características do tempo de lesão e suas consequências sobre o tecido nervoso.

O tratamento inicialmente conservador abrange medicamentos analgésicos, antiinflamatórios, técnicas de infiltrações, fisioterapia, hidroterapia, orientação postural e emagrecimento.

O tratamento cirúrgico está indicado nos casos de piora progressiva das funções neurológicas e comprometimento da qualidade de vida.

Cuide da sua coluna e bons treinos!