A Dor Muscular Tardia.

11 de julho de 2017 | Por

Todos nós temos a lembrança de pelo menos uma vez termos sofrido dores ou desconforto após um dia de treino e que se prolongou por alguns dias.

A dor que vem acompanhada da sensação de “músculos presos” dificulta a realização dos movimentos e nos preocupa quanto à possibilidade de desenvolvermos uma lesão mais grave. Estas situações são conhecidas e muito freqüentes na vida de um atleta.

Podemos descrever dois tipos de dor muscular relacionada ao exercício:

  • AGUDA: ocorre durante ou imediatamente após o exercício e freqüentemente reflete fadiga, causada pela produção de substâncias químicas geradas durante o exercício (catabólitos). Este tipo de desconforto desaparecerá após alguns minutos de descanso. Uma vez eliminado o desconforto, o exercício pode ser reiniciado sem que haja efeitos residuais. O importante é não continuar a atividade com desconforto, até que se esteja apto a exercitar a área afetada novamente sem dor.
  • TARDIA : desenvolve-se de 24 a 48 horas após o término do exercício com um máximo de desconforto entre 24 e 72 horas e podendo persistir de sete a 10 dias.

A Dor Muscular Tardia (DMT) é uma das queixas mais frequentes no esporte e pode ocorrer em qualquer músculo esquelético . É normalmente mais comum em indivíduos que reiniciam seus treinamentos após longo período de descanso, nas mudanças de intensidade e volume ou após a introdução de movimentos diferentes.Também se observa a DMT naqueles sem o hábito de praticar atividades físicas que subitamente realizam um exercício muscular vigoroso, desenvolvendo uma tensão muito grande no músculo.

Os eventos que causam a DMT são parcialmente compreendidos até o momento. O evento inicial é o rompimento da menor unidade de contração da fibra muscular, chamada sarcômero. Imediatamente se inicia um processo inflamatório que causa o inchaço das fibras musculares, que por sua vez estimulam receptores de dor.

Portanto, a DMT é o resultado de lesões microscópicas das fibras musculares após a sobrecarga de exercícios excêntricos, nos quais tais fibras são alongadas à medida que as forças são aplicadas a elas. Alguns exemplos de contrações excêntricas ocorrem nas corridas em descidas, ou durante o movimento descendente de um agachamento.

Tal ação gera a degradação do colágeno, unidade estrutural fundamental do músculo-esquelético. O montante das lesões depende da intensidade e da duração do exercício, além do tipo de exercício realizado. O inchaço (edema) pode ocorrer dentro do músculo ou ao seu redor, resultando maior dor e rigidez.

A dor e o desconforto não apresentam relação com episódio de trauma muscular e são mais intensamente percebidas durante a contração muscular ativa e o alongamento. O indivíduo também refere que a musculatura está mais tensa, fraca e incoordenada. Frequentemente ocorrem dificuldades na execução de exercícios de alongamento, além do temor de que alguns gestos esportivos mais intensos poderão ser prejudiciais.

Embora a DMT seja frequente, não é necessariamente uma etapa para atingir a forma física. Há muitas medidas para evitar, prevenir ou tratar a DMT, muito embora as medidas que hoje conheçamos não sejam capazes de afastar completamente a chance de desenvolvê-la.

Atualmente não há evidências científicas substanciais que apresentem métodos ideais no tratamento ou prevenção da DMT, muito embora diversos recursos sejam empregados amplamente na tentativa de aliviar sintomas e promover um retorno precoce às atividades do atleta com menor risco.

Algumas medidas são apresentadas abaixo:

  • Repouso relativo, através da realização de exercícios aeróbicos de baixa intensidade, que promoverão aumento do fluxo sanguíneo aos músculos afetados, diminuindo a dor;
  • Evitar atividades vigorosas que piorem a dor;
  • Compressas com gelo (crioterapia) sobre a área afetada durante 20 a 30 minutos. A técnica de imersão da região afetada em água com gelo apresenta resultados ineficientes na tentativa de minimizar os marcadores da DMT em indivíduos destreinados, embora seja uma medida utilizada amplamente no meio esportivo competitivo;
  • Elevação do membro afetado, o que promove uma melhor drenagem durante o repouso;
  • Aquecimento antes da atividade física com atividades aeróbicas de baixo impacto como caminhar, pedalar ou trotar. Desaquecimento após o exercício;
  • Alongamentos suaves antes da realização de atividades físicas.
  • Técnicas de fisioterapia combinadas (eletro estimulação)
  • Massagem sobre os músculos dolorosos;
  • Utilização de medicamentos que propiciem uma melhora rápida da dor.
  • Esperar a melhora da dor antes de realizar exercícios vigorosos
  • Exercícios de alongamento suaves até o ponto do início do desconforto, mantendo a posição por 10 a 30 segundos;
  • Começar com atividades fáceis e moderadas e aumentar a intensidade e a duração gradualmente;
  • Evitar mudanças bruscas no tipo e duração dos exercícios;
  • Caso a dor persista por mais de sete dias ou aumentem os sintomas apesar das medidas de tratamento empregadas, consulte um especialista.

Previna-se da dor muscular tardia e bons treinos!