O Ácido Úrico Elevado no Sangue – Hiperuricemia.

11 de julho de 2017 | Por

Muitas vezes sentimos dores articulares durante o esporte e para a nossa sorte, muitas delas são passageiras e causadas pelas adaptações ao treinamento. Porém, não podemos nos esquecer que algumas dores são originadas em outros sistemas do nosso organismo.

Nosso corpo produz e elimina milhares de substâncias importantes para o metabolismo. O ácido úrico é uma delas e seus níveis normais no sangue devem se manter nas taxas de até 6 mg% nas mulheres e 7 mg% nos homens. Quando estes níveis se elevam no sangue, chamamos de HIPERURICEMIA.

A HIPERURICEMIA pode ser gerada tanto pela produção excessiva de ácido úrico, quanto pela baixa eliminação por parte dos rins e intestinos. Grande parte dos indivíduos, que apresenta altos níveis de ácido úrico no sangue, é proveniente de uma baixa eliminação pela urina.

O ácido úrico começa a se elevar na puberdade, porém os sinais e sintomas surgirão apenas 10 a 20 anos depois, o que dificulta o reconhecimento precoce desta alteração.Os homens entre 30 a 40 anos são os mais afetados.

As taxas de ácido úrico no sangue são facilmente identificadas através de dosagens laboratoriais, porém os primeiros anos são geralmente assintomáticos, o que não desperta no indivíduo a necessidade de avaliação médica.

As inflamações nas articulações (artrites) são sinais tardios e se manifestam por dor intensa em crises. As articulações mais afetadas são: 1º dedo do pé (articulação metatarso-falângica),tornozelo, joelho, ombro.

A GOTA é a manifestação crônica das altas concentrações de ácido úrico nas articulações. O ácido úrico vai se depositando gradativamente na forma de cristais dentro da articulação. O paciente passa a apresentar inchaço, dor intensa e impossibilidade de movimentar a articulação. Crises seguidas de gota geram deformidades na articulação (tofos), limitações de movimento e nos casos mais avançados, até rigidez.

Alguns fatores são considerados predisponentes, como o abuso excessivo de álcool, as dietas muito rica em proteínas e a utilização de medicamentos que podem alterar a eliminação do ácido úrico pela urina.

Os exercícios extenuantes podem desencadear as crises de dor , assim como as dietas exageradas em purinas (proteínas). Durante as crises, a articulação deve ser devidamente protegida, evitando-se a piora da inflamação. Após as crises, os exercícios físicos estão indicados para combater também as doenças decorrentes do sedentarismo, como a obesidade.

A HIPERURICEMIA está associada a outras doenças, como as doenças renais (litíase renal), nefrites (inflamações nos rins), hipertensão arterial (pressão alta), hiperlipidemia (colesterol e triglicérides elevados), obesidade, diabetes (glicose elevada no sangue), doenças cardiovasculares. A avaliação médica é fundamental para um diagnóstico adequado, e para a adoção de medidas que normalizem os níveis de ácido úrico no sangue.

Podemos dividir tais medidas em dietéticas, medicamentosas e ortopédicas. A dieta deve se basear na diminuição da ingestão de alimentos ricos em purinas, (proteínas), redução do consumo de gorduras, evitar situações de jejum prolongado e maior ingestão de líquidos. Embora seja importante, a dieta não é a única forma de tratamento e deve vir associada a medicamentos e medidas de proteção da articulação segundo a orientação de um especialista.

Bons treinos!