Lesões no Tendão de Aquiles.

9 de julho de 2017 | Por

O tendão de Aquiles ou tendão calcâneo é o maior tendão do corpo humano e pode suportar forças superiores a 450 kg.

As lesões nos tendões representam 30 a 50 % de todas as lesões esportivas e o tendão de aquiles (tendão calcâneo) é o mais freqüentemente rompido entre os atletas profissionais ou de fins de semana.

Tendinopatia significa “doença do tendão” e abrange as paratendinites (inflamações do paratendão, envoltório do tendão) e as tendinoses (degenerações do tendão).

As tendinopatias de Aquiles são geralmente frequentes em corredores e em torno de 50% destes apresentam os sintomas bilateralmente. As tendinoses são mais freqüentes nos indivíduos entre 30 e 45 anos de idade e associam-se geralmente com a sobrecarga ao longo dos anos de treinamento.

Um tendão normal pode suportar cargas de 50 a 100 N/m2, bem como ser estirado até 4 % de seu comprimento total sem evidências de lesão. As lesões localizam-se preferencialmente na junção do tendão com o músculo, aproximadamente 4 a 5 cm acima do osso calcâneo.

Muitos são os eventos ou fatores predisponentes às paratendinites.

  • Aumento súbito na distância percorrida ou velocidade da corrida
  • Adicionar ao treinamento de rotina corridas em aclive ou subidas de escada
  • Traumatismo causado pela contração vigorosa da musculatura flexora da perna, quando acrescenta esforço adicional, como um aumento na velocidade final de umsprint
  • Overuse resultante da perda de flexibilidade na musculatura flexora do tornozelo
  • Tempo de treinamento elevado
  • Alterações anatômicas do pé ou tornozelo

Os sintomas da paratendinite se manifestam dentro de um padrão comum.

  • Dolorimento ao toque do tendão
  • Dor leve após os exercícios de corrida, que pioram gradualmente
  • Episódios de dor localizada ou difusa, algumas vezes severa, ao longo do tendão durante ou após algumas horas de corrida
  • Dolorimento matinal localizado 3 a 5 cm acima do local de inserção do tendão no calcâneo
  • Sensação de enrijecimento ou tensão que geralmente diminui após o aquecimento
  • Edema ou inchaço local
  • Dificuldades em subir escadas
  • Diminuição da força de impulso durante a caminhada ou a corrida

Outras condições severas, tais como as rupturas parciais do tendão e as bursites apresentam sintomas similares, portanto, o diagnóstico apropriado é fundamental para se programar o tratamento.

O tratamento da paratendinite depende de alguns fatores, mas frequentemente se caracteriza por.

  • Repouso modificado, o que pode significar parcial ou total interrupção da corrida ou de exercícios específicos e substituição por exercícios de menor esforço ou impacto sobre o tendão, tais como atividades aquáticas (deep-running, natação)
  • Medicação antinflamatória
  • Órteses tais como calcanheiras ou palmilhas, que são acessórios capazes de aliviar o estresse no tendão e promover um melhor amortecimento assim como, estabilidade
  • Bandagens especiais para restringir o movimento do tendão
  • Fisioterapia: técnicas de alongamento, métodos de analgesia (eletroterapia, crioterapia) e exercícios apropriados de fortalecimento dos grupos musculares extensores e flexores

A prevenção da paratendinite de Aquiles é ainda motivo de investigação científica, embora possamos considerar alguns pontos.

  • Escolha adequada do tênis de corrida. Estes devem prover estabilidade e amortecimento adequado
  • Utilização de órteses (palmilhas) capazes de modificar a posição de apoio do pé no solo, sobretudo nos indivíduos com diagnósticos de pés planos ou cavos
  • Alongamento e fortalecimento da musculatura flexora do tornozelo
  • Aumentar a distância de corrida e velocidade gradualmente, em incrementos não maiores do que 10%
  • Evitar sprints intensos não programados ou desnecessários
  • Desaquecimento adequado após o exercício

Atenção aos sintomas durante e após os treinamentos, procure um especialista para o diagnóstico precoce.

Bons treinos !