A lesão do tendão tibial anterior do tornozelo.

9 de julho de 2017 | Por

O músculo tibial anterior é o principal motor responsável pelo movimento de flexão dorsal (pé para cima), além de também realizar a inversão do pé. O músculo está localizado no compartimento anterior da perna, origina-se na tíbia e na membrana interóssea localizada entre tíbia e fíbula e se insere em dois ossos do pé (cuneiforme medial e o 1metatarso).

Os tendões são capazes de responder ao exercício físico, promovendo adaptações específicas, como o aumento da atividade metabólica e circulatória, o aumento da síntese de matriz extracelular e o aumento da massa seca. Tais modificações proporcionam um aumento da resistência ao carregamento mecânico, portanto há contribuições reais do treinamento sobre as propriedades mecânicas dos tendões, embora determinadas cargas possam acarretar lesões celulares e desarranjo das fibras colágenas.

Tendinopatias são multifatoriais e o processo degenerativo que precede a ruptura de um tendão pode resultar de uma variedade de eventos. O mecanismo de lesão do tendão tibial anterior é o resultado de uma laceração do tendão ou um traumatismo por contusão.

A lesão ocorre mais frequentemente em pessoas de meia idade após uma carga excêntrica sobre o tendão tibial anterior previamente degenerado contra uma flexão plantar do pé.

O atraso no diagnóstico é comum por causa da capacidade de se fazer o movimento de dorsiflexão, mesmo com a ruptura completa do tendão tibial anterior, pois há a função secundária de outros músculos, como o extensor longo do hálux (1o dedo do pé) e extensor longo dos dedos.

O exame físico revela dor na região anterior do tornozelo, associada a lesão de tecidos moles ou óssea, aumento de volume e perda do contorno do tendão tibial anterior e desaparecimento da imagem de “corda de arco” durante a realização da dorsiflexão do pé. Alguns indivíduos apresentam ausência de dor, mas com sinais de fraqueza na flexão dorsal do tornozelo.

Os exames de diagnóstico por imagem (ultrassonografia ou ressonância magnética) tem grande importância na confirmação diagnóstica e são úteis para a diferenciação entre a ruptura completa ou parcial do tendão tibial anterior.

O tratamento deve ser individualizado para cada indivíduo e abrange métodos não cirúrgicos, medicamentos para controle da dor e fisioterapia.

Os casos refratários ao tratamento conservador ou naqueles onde exista a ruptura total do tendão, indica-se o tratamento cirúrgico mediante o reparo direto do tendão, principalmente nas lesões agudas ( 6 semanas ).

Cuide dos seus tendões e bons treinos!