A Fratura de Estresse do Maléolo Tibial.

9 de julho de 2017 | Por

A fratura de estresse do maléolo tibial, primeiramente descrita por Devas em 1975 deve ser sempre considerada no diagnóstico diferencial da dor subaguda ou crônica sobre o maléolo medial.

A incidência das fraturas do maléolo tibial variam entre 0,6% e 4,1% de todas as fraturas por estresse. Os sintomas mais frequentes são a dor sobre o maléolo, acompanhada de derrame articular e história de atividade esportiva (corrida) na época da lesão.

Um traço de fratura vertical a partir do bordo medial da tíbia distal dirigindo-se até a metáfise pode ser identificado na radiografia simples, mas, mesmo que o exame radiográfico não identifique qualquer alteração, a cintilografia óssea deve ser solicitada ou a ressonância magnética. O aumento da concentração do radioisótopo à cintilografias, o hipersinal em T2 ou a identificação do traço de fratura associado ao quadro clínico confirmam o diagnóstico.

Shelbourne descreveu seis casos de fratura por estresse do maléolo medial, dos quais três podiam ser vistos pelas radiografias, enquanto os outros três casos somente apresentavam alterações cintilográficas. O critério de tratamento baseou-se na identificação das fraturas por meio das radiografias e cintilografia óssea.

Os atletas cujo traço de fratura podia ser diagnosticado foram submetidos a tratamento cirúrgico pela redução aberta e fixação interna para permitir um retorno à corrida em seis semanas e ampla participação esportiva após oito semanas. Aqueles casos que apresentavam somente aumento de concentração à cintilografia foram tratados com órteses pneumáticas e retorno total às atividades esportivas em seis a oito semanas. Embora os prazos de retorno à prática esportiva nos dois grupos tratados tenham sido semelhantes, Shelbourne sugere o tratamento cirúrgico aos atletas que necessitem de retorno rápido ao esporte.