A Doença Arterial Periférica e as Dores nas Pernas.

11 de julho de 2017 | Por

Os exercícios físicos geralmente proporcionam sensações de prazer e de bem estar. Para tal fato ocorrer, muitos fenômenos devem acontecer de forma integrada e dentro da fisiologia normal.

Nossos músculos necessitam de nutrição transportada por vasos sanguíneos (artérias) e durante os exercícios, milhares de capilares (artérias microscópicas) se abrem para melhor distribuir o sangue necessário para a nutrição das suas fibras.

Algumas doenças de instalação lenta podem causar mudanças na forma e qualidade de nossas artérias, o que determinará sinais e sintomas durante a vida. A atividade física pode revelar os primeiros sinais e sintomas dessas doencas, que muitas vezes ainda não são conhecidas pelo indivíduo.

A doença arterial periférica do tipo crônica (DAC) é causada por uma inflamação das artérias de pequeno e médio calibre ocasionada pela formação de placas de gordura nas suas paredes (aterosclerose) e pela possível formação de um trombo (coágulo de sangue) que tem a capacidade de ocluir a região central do vaso.

Quando uma artéria sofre um estreitamento (estenose), as partes do nosso corpo que são nutridas por este vaso passam a sofrer por não receberem sangue suficiente. Podemos apontar algumas artérias mais vulneráveis a este tipo de doença, como a artéria aorta terminal, a artéria femoral superficial, a origem das artérias ilíacas e as artérias poplíteas, portanto, artérias que nutrem os membros inferiores.

Os antecedentes familiares e pessoais com maior predisposição à instalação da DAC são o diabetes, a hipertensão arterial, os níveis elevados de colesterol, as doenças do coração, o tabagismo, a obesidade e os usuários de álcool. O sintoma mais característico é a dor, com o poder de levar o indivíduo a mancar de forma intermitente (claudicação intermitente).

O início da dor se origina por causa da fadiga, que se instala precocemente nos músculos durante os exercícios. Como o fluxo sanguíneo é insuficiente para a função de contração muscular exigida durante o exercício, ocorrem acúmulos de substâncias ácidas que causam sofrimento muscular e provocam dor. Ao interromper os exercícios, a dor desaparece. Tal situação se repete com frequência e limita a realização de exercícios. O aumento da gravidade da lesão pode gerar dor mesmo ao repouso.

Normalmente a região mais acometida são os músculos da panturrilha, mas também podem ser acometidos a coxa, as nádegas e os pés.

A sensação de “formigamento” dos membros inferiores (parestesia), também pode estar presente. O sintoma é causado por distúrbios nos nervos, causados pela diminuição do fluxo sanguíneo (isquemia). As cãibras também podem aparecer com frequência elevada, acompanhada de cansaço nos músculos dos membros inferiores, o que pode confundir o indivíduo da gravidade dos seus sintomas.

Os sinais que podem aparecer são: diminuição de pulsos arteriais, mudanças na coloração da pele (seca e descamativa) e crescimento anormal dos pelos. Nos estados mais graves pode haver ausência de pulso, palidez da pele, diminuição da temperatura, formação de úlceras e até aparecimento de infecções.

O diagnóstico da DAC pode ser obtido através de uma história clínica adequada, acompanhada de um bom exame físico por médico especialista e complementada pelo exame de ultra-sonografia com Doppler, que permitem mapear a rede arterial e medir o fluxo sanguíneo.

Algumas vezes, porém, o diagnóstico da DAC pode ser confundido com uma lesão muscular, devido às características da dor e da limitação de movimentos, principalmente naqueles indivíduos que sofreram outras lesões anteriormente.

Preste atenção nos seus sintomas e não perca tempo em procurar por um diagnóstico.

Bons treinos!